O Hospital Regional de Assis fechou, à meia-noite desta quarta-feira (4), as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Pediátrica e Neonatal por tempo indeterminado. A decisão foi tomada durante uma reunião emergencial realizada na tarde do mesmo dia, com representantes da equipe médica e da direção da unidade.

Diante da gravidade da situação, a prefeita de Assis, Telma Spera, mobilizou uma solução emergencial para evitar desassistência aos pequenos pacientes. Assim que informada, ela acionou o provedor da Santa Casa, Arnaldo Thomé, e articulou a oferta imediata de leitos nas UTIs da instituição.

A prefeita garantiu que nenhum bebê ou criança ficará sem atendimento intensivo. Segundo ela, a Santa Casa está preparada para receber os pacientes atualmente internados no Regional, bem como novos casos. “Não mediremos esforços para garantir atendimento digno e imediato a todos que precisarem”, declarou Telma ao portal Abordagem Notícias.

A principal causa do fechamento é a grave escassez de profissionais — um problema que, segundo apuração do portal, vem sendo alertado ao Governo do Estado há mais de um ano, sem resposta efetiva. A UTI Pediátrica vinha operando com escalas improvisadas, sem reposição de médicos e outros profissionais essenciais. A UTI Neonatal enfrenta o mesmo quadro, o que levou à interrupção dos atendimentos.

A crise também atinge diretamente os serviços de obstetrícia, que serão suspensos por dependerem do suporte das UTIs no atendimento a gestantes de alto risco. O impacto é regional: o Hospital Regional é referência para 25 municípios, especialmente em casos complexos de gestantes, recém-nascidos e crianças.

No momento, há possibilidade de dois bebês internados na UTI Neonatal e três crianças na UTI Pediátrica serem transferidos para outras unidades via Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde), que busca vagas em hospitais com estrutura adequada.

Telma Spera também informou ao Abordagem Notícias que tem uma reunião previamente agendada com o Secretário Estadual da Saúde nesta quinta-feira (4), às 17h, em São Paulo. Inicialmente marcada para tratar de outra demanda emergencial do hospital, a reunião terá a pauta ampliada para incluir o fechamento das UTIs. A prefeita preferiu, por ora, não comentar diretamente o encerramento das unidades.

O fechamento das UTIs e da obstetrícia representa um risco real à assistência médica de toda a região.

Na manha desta quinta-feira, 05, surgiu uma possibilidade de o CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, que já está na gestão de alcuns serviços do Hospital, assumir também a pediatria.